Moradores do município de Feijó bloquearam na manhã desta terça-feira (21) a BR-364, nas proximidades da rodoviária da cidade, em protesto por melhorias no atendimento e na estrutura do Hospital Geral de Feijó. O ato reuniu dezenas de pessoas e causou lentidão no tráfego da principal rodovia que liga o interior ao restante do estado do Acre.
Com faixas, pneu, madeiras e palavras de ordem, os manifestantes cobraram providências imediatas das autoridades estaduais para garantir atendimento digno à população. Entre as principais reclamações estão a falta de médicos, medicamentos e equipamentos básicos, além da demora em atendimentos de urgência e emergência.
Segundo relatos de moradores, a situação da unidade hospitalar tem se agravado nos últimos meses, colocando em risco a vida de pacientes que dependem exclusivamente do hospital para receber cuidados médicos.
Na tarde de segunda-feira (19), os moradores de Feijó, no interior do Acre, se juntaram à família do adolescente Diogo Albuquerque, de 12 anos, que morreu de sepse no Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul, no sábado (17), após sofrer um acidente de bicicleta.
Os moradores se reuniram em frente ao Hospital Geral de Feijó, que opera provisoriamente, exibindo cartazes e exigindo ações referentes à morte do garoto.
A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) nega qualquer falha e assegura ter seguido todos os protocolos adequadamente. No entanto, a mãe do garoto, Isaquilene de Sousa, acusa o hospital de negligência e omissão médica desde os primeiros atendimentos recebidos no Hospital Geral de Feijó.
As obras do hospital em Feijó estão paralisadas há alguns meses e não há previsão de retomada. A população clama por uma resposta do Governo do Estado sobre quando essas obras serão retomadas e concluídas.
Recentemente, o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por meio da Promotoria de Justiça Criminal de Feijó, instaurou uma notícia de fato para investigar as circunstâncias da morte do adolescente Diogo de Souza Albuquerque, de 12 anos, ocorrida no último sábado, 17, em decorrência de uma infecção generalizada provocada por um ferimento na perna.
O promotor de Justiça Lucas Nonato requisitou exames periciais e a abertura de inquérito para apurar o caso e esclarecer as reais circunstâncias da morte. Também foi requisitada a instauração de procedimento administrativo disciplinar para apurar eventual responsabilidade na unidade hospitalar.
Ainda segundo o promotor, em paralelo, a situação é acompanhada em procedimento administrativo na Promotoria de Justiça Cível, que realizará reunião com autoridades estaduais e municipais nesta quinta-feira, 22.