Moradores de Tarauacá, no interior do Acre, têm enfrentado dificuldades para realizar diagnósticos de dengue e Covid-19 devido à falta de testes rápidos nas unidades de saúde. A situação tem gerado preocupação, especialmente diante do aumento expressivo nos casos de ambas as enfermidades nos primeiros dias de janeiro de 2025. Na rede particular, os testes para covid-19 e dengue tem preço médio de R$ 160.
“Hoje fui a uma unidade de saúde e não tinha teste rápido para dengue. Estou sentindo dor na cabeça, pelo corpo e coceira, mas fica difícil saber o que pode ser. Pagar particular não é uma opção, pois não tenho condições”, relatou uma moradora à redação do jornal Extra do Acre.
Apesar do aumento das notificações, a Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) ainda não divulgou números atualizados sobre a situação epidemiológica da cidade. O período chuvoso e o acúmulo de água parada têm favorecido a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. Paralelamente, a circulação de novas variantes do coronavírus reacendeu o alerta para a Covid-19, após meses de baixa incidência.
Em resposta às reclamações, a secretária de saúde, Jara Isva, reconheceu o déficit de testes rápidos no município, atribuindo o problema à transição administrativa. “A nova gestão assumiu a SEMSA já com déficit de testes rápidos para Covid-19, tendo apenas três caixas em estoque, que foram distribuídas para as UBSs de maior fluxo. Hoje, solicitamos mais testes e iremos recebê-los até o final do dia, para distribuição em todas as unidades de saúde”, afirmou.
No entanto, a situação é mais crítica em relação à dengue. “Atualmente, não temos testes rápidos para dengue. Disponibilizamos apenas o exame sorológico, que é realizado gratuitamente na UBS Maria da Luz”, explicou Jara.
Enquanto isso, moradores e especialistas cobram uma força-tarefa imediata para combater o mosquito da dengue, incluindo ações de limpeza urbana, campanhas de conscientização e mutirões de combate aos focos do Aedes aegypti.